Revisão do INSS cancela 356 mil auxílios-doença, e governo lucra
Os números do INSS revelam a magnitude do pente-fino em 2025.

Revisão do INSS: Entre julho e dezembro de 2024, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realizou uma revisão em grande escala, alterando significativamente o panorama do auxílio-doença, benefício destinado a quem está temporariamente incapaz de trabalhar.
Ao todo, 684.262 casos foram analisados, dos quais 356.422 tiveram o benefício suspenso, o que corresponde a 52% do total revisado. Essa revisão, uma das maiores já realizadas, resultou em uma economia de R$ 2,4 bilhões para os cofres públicos em apenas seis meses.
A medida reflete o esforço do governo em reduzir os gastos com a previdência, mas também revelou os desafios enfrentados por milhares de brasileiros que perderam o suporte financeiro em um período de vulnerabilidade econômica e social.
O processo contou com uma abordagem que incluiu análise de documentos, cruzamento de dados e novas perícias médicas, visando identificar benefícios pagos sem uma justificativa atualizada.
A suspensão de mais da metade dos auxílios revisados evidencia a magnitude da iniciativa, que contou com a mobilização de peritos e o uso intensificado de tecnologia para assegurar maior precisão no processo.
Enquanto o governo ressalta o sucesso na redução de gastos, os segurados impactados enfrentam dificuldades para se adaptar à nova realidade, seja na procura por emprego ou na dependência de outros programas sociais para a sobrevivência.
A ação de 2024 não foi um evento isolado. Nos últimos anos, o INSS tem intensificado as revisões para garantir a sustentabilidade do sistema previdenciário, mas o grande volume de cortes realizados nesse período chama atenção. Para alguns, o pente-fino representou um alívio nas contas públicas; para outros, evidenciou a urgência de políticas complementares que ofereçam suporte aos que perderam o benefício. O desafio de equilibrar rigor fiscal e proteção social continua sendo um dos principais debates gerados por essa operação.
Os números do INSS revelam a magnitude do pente-fino em 2025.
A magnitude da revisão realizada pelo INSS em 2024 é clara nos dados consolidados. Dos 684.262 benefícios analisados, 356.422 foram suspensos, representando mais de 52% do total.
Esse percentual reflete a aplicação de critérios rigorosos, como a exigência de laudos médicos atualizados e a comprovação da incapacidade temporária por meio de perícias presenciais.
O resultado financeiro impressiona: uma economia estimada em R$ 2,4 bilhões, valor que poderia crescer ainda mais ao longo do tempo com a interrupção definitiva desses pagamentos. O resultado financeiro é impressionante: uma economia estimada em R$ 2,4 bilhões, valor que pode aumentar ainda mais ao longo do tempo com a interrupção definitiva desses pagamentos.
Esse impacto financeiro é particularmente significativo em um contexto de pressão sobre o orçamento público. Os recursos economizados podem, em tese, ser realocados para outras prioridades, como infraestrutura ou saúde, embora o destino exato ainda não tenha sido detalhado.
Para o INSS, o pente-fino também serviu como uma ferramenta de combate a irregularidades, identificando casos de beneficiários que já haviam retornado ao trabalho ou que não apresentavam mais condições de saúde que justificassem o auxílio.
Apesar dos ganhos financeiros, o processo não passou sem críticas. A rapidez das suspensões e a falta de suporte imediato para os afetados geraram relatos de desamparo, especialmente entre trabalhadores informais ou com limitações físicas que dificultam a recolocação no mercado. A operação, portanto, expôs tanto a eficiência administrativa quanto os limites de um sistema que precisa conciliar controle e assistência.
Etapas da revisão explicadas
A revisão dos auxílios-doença seguiu um método estruturado pelo INSS. Tudo começava com a notificação dos segurados, que recebiam comunicados por carta, aplicativo Meu INSS ou contato telefônico. A partir daí, tinham um prazo para apresentar documentos atualizados, como exames médicos e atestados, ou comparecer a uma perícia agendada. A análise considerava a evolução da condição de saúde do beneficiário, verificando se a incapacidade ainda persistia ou se havia sinais de recuperação que permitissem o retorno ao trabalho.
Tecnologia desempenhou um papel crucial nesse processo. O cruzamento de dados com informações de outros órgãos, como Receita Federal e Ministério do Trabalho, ajudou a identificar inconsistências, como beneficiários empregados ou com renda incompatível. Quando necessário, peritos médicos reavaliavam os casos presencialmente, tomando decisões baseadas em protocolos clínicos atualizados. O resultado era informado rapidamente, com a suspensão do pagamento em casos de negativa.
Para os segurados, o cumprimento dessas etapas nem sempre foi simples. Filas em agências, dificuldades de acesso a consultas médicas e prazos apertados foram obstáculos frequentes, especialmente em regiões mais afastadas. Mesmo assim, o INSS manteve o ritmo intenso, priorizando a conclusão do pente-fino até o fim de 2024.
Efeitos na vida dos segurados
Suspender 356 mil auxílios-doença teve consequências diretas na rotina de muitos brasileiros. Quem dependia do benefício para cobrir despesas essenciais, como moradia e medicamentos, viu-se diante de um cenário de incerteza. Em cidades onde o desemprego já é elevado, como no Norte e Nordeste, a perda do auxílio agravou a situação de famílias que contavam com esse valor como principal fonte de renda. Muitos agora buscam alternativas, mas as opções são limitadas.
A reinserção no mercado de trabalho é um dos caminhos mais citados, mas esbarra em barreiras como idade, falta de qualificação ou sequelas físicas que dificultam a empregabilidade. Outros tentam recorrer a programas sociais, como o Bolsa Família ou o Benefício de Prestação Continuada (BPC), mas enfrentam filas de espera e critérios rígidos de elegibilidade. O impacto social, assim, vai além do financeiro, afetando a saúde mental e a estabilidade familiar dos envolvidos.
Por outro lado, o pente-fino reforça a ideia de que os recursos públicos devem ser direcionados com precisão. A identificação de pagamentos indevidos protege o sistema previdenciário, que enfrenta desafios crescentes com o aumento da expectativa de vida e da demanda por benefícios. Ainda assim, a velocidade e o volume dos cortes deixaram lacunas que políticas públicas adicionais terão de preencher.
Calendário da operação de 2024
O pente-fino do INSS foi executado em fases ao longo do segundo semestre de 2024. Veja como o processo se desenrolou:
- Julho: Lançamento da operação, com envio das primeiras notificações e triagem inicial.
- Agosto e Setembro: Intensificação das perícias e maior número de suspensões registradas.
- Outubro: Consolidação dos dados parciais e ajustes na logística de atendimento.
- Novembro e Dezembro: Finalização das revisões e divulgação dos resultados oficiais.
Esse cronograma exigiu coordenação entre diferentes setores do INSS, incluindo a ampliação de horários em algumas agências e o reforço no atendimento digital. Apesar de contratempos, como atrasos em perícias, a meta de revisar mais de 680 mil benefícios foi cumprida dentro do prazo estabelecido.
Opções para quem perdeu o benefício
Após a suspensão do auxílio-doença, os segurados têm algumas alternativas para buscar apoio. A primeira é recorrer administrativamente ao INSS, apresentando novos documentos ou solicitando uma reavaliação em até 30 dias. Esse processo é gratuito, mas pode ser demorado, dependendo do volume de pedidos. Outra possibilidade é acionar a Justiça, embora isso envolva custos e dependa de assistência jurídica, algo nem sempre acessível.
Além disso, existem programas sociais que podem servir como suporte temporário. O BPC, por exemplo, é uma opção para quem atende aos requisitos de renda e idade ou possui deficiência permanente. Já o Bolsa Família oferece ajuda a famílias em extrema pobreza, mas os valores são menores que os do auxílio-doença. Atualizar o cadastro no Meu INSS também é recomendado para acompanhar eventuais mudanças ou comunicados.
A falta de um plano abrangente para os afetados, no entanto, segue como um ponto sensível. Muitos segurados relatam sentir-se abandonados, o que reforça a necessidade de medidas que suavizem a transição após o corte.
Futuro das revisões no INSS
Com o sucesso financeiro do pente-fino de 2024, o INSS já sinaliza que operações semelhantes devem continuar nos próximos anos. A economia de R$ 2,4 bilhões é vista como um incentivo para manter a fiscalização ativa, especialmente em um sistema previdenciário pressionado por déficits históricos. Melhorias no uso de inteligência artificial e na capacitação de peritos estão entre as prioridades para tornar os processos ainda mais eficazes.
Para os segurados, isso significa que a convocação para revisões pode se tornar rotina. O desafio será garantir que as suspensões sejam acompanhadas de políticas de reintegração ou suporte, evitando que o rigor fiscal amplie desigualdades. Enquanto os números de 2024 celebram a redução de gastos, o impacto humano da medida segue como um lembrete de que a seguridade social exige mais do que cortes para funcionar plenamente.
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